segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Paris sous la pluie...(4)





Poucas cidades são tão bonitas como Paris....mas eu digo mais: poucas cidades conseguem ser tão bonitas até debaixo da chuva!!!!





Foi assim comigo...num dia de agosto, no meio da tarde de verão, começou a esfriar, e o céu ficou cinzento...

E ela..a chuva, começou a cair....

E Paris ficou linda....




Muita gente já disse isso, mas se você nunca foi pra lá, eu também vou te lembrar: andar naquela chuvinha fina pelas ruas de Paris também é uma experiência inesquecível....Paris fica ainda mais bonita na chuva...



























Durante minha visita a Paris, choveu duas vezes..eu me lembro bem: a primeira foi quando eu estava no alto da Torre Eiffel, e eu ficava vendo o Arco do Triunfo, já iluminado, por entre as janelas de vidro, cheia de gotas de chuva...;






a segunda vez, foi quando eu fui andar de barco no Rio Sena, quando estava chegando perto da Torre Eiffel, novamente, o céu ficou escuro, ficava olhando o maior ponto turístico de Paris, vista a partir de dentro de um barco no Sena, e atrás aquele imenso céu fechado, parecendo que ia nos engolir...







e quando eu desci, surgiu um sol tão bonito que eu nunca tinha visto antes..





Andando pela calçada, nas margens do Rio Sena, eu olhava..e não acreditava, que o céu estava escuro há poucos instantes...


.era muito gostoso andar naquelas ruas perto do Quartier Latin, com as calçadas ainda molhadas...depois da chuva.









Os guarda-chuvas sempre tiveram um charme nas ruas de Paris, desde a Paris haussmaniana e suas jovens burguesas...



Parece que à qualquer hora, você vai precisar de um..


paris sous la pluie


Se você estiver em Paris, e começar a chover, você pode ir até o Boulevard Saint-Michel.
Lá, no número 56, você vai encontrar uma loja centenária de guarda-chuvas: o Simon Parapluies. (veja o site: http://www.parapluies-simon.com/)


A fachada simples esconde um lugar super tradicional em Paris: lá você vai ver milhares (milhares mesmo) de guarda, chuvas, de todos os tipos.

 O negócio é tocado há décadas pela família desde 1897 e o ateliêzinho ainda funciona no andar superior...


Lá você pode encontrar o famoso guarda-chuva quadrado, o preço é salgado (92 ¢)



E para quem achava que guarda-chuva branco com foto da Madonna e cabo de cisne era a coisa mais chique do mundo



, ali em Paris, você vai encontrar parapluies feitos por estilistas de verdade:

parapluies








Os guarda-chuvas em Paris me chamaram a atenção, porque lá, andar de guarda-chuva tem seu charme....




Eles dão um colorido especial à cidade, um charme..

Image du Blog marycherby.centerblog.net



Um mistério, porque em casa, na minha cidade, o guarda-chuva sempre fica detonado assim:


E sabe quando você imagina, uma rua toda cheia de guarda- chuvas. não seria legal se fosse assim?








E o mais bonito num dia de chuva em Paris é que o movimento das pessoas, com seus guarda-chuvas, formam uma espécie de dança ...la danse des parapluies..









Por isso, se durante sua estadia em Paris, começar a chover, não fique triste
..ande, ande ande "sous la pluie"



















domingo, 21 de novembro de 2010

"As ruas que eu amo": Paris ao rés do chão (3)


     Você já imaginou qual a sensação de andar por uma rua em Paris? Quais seriam os sentidos que mais aflorariam nesse passeio a céu aberto numa das cidades mais lindas do mundo? O que você encontraria? Qual cantinho inusitado traria sensações ímpares...Enfim, o que faz você realmente gostar de Paris? Não são as ruas?



Parte do imaginário sobre as ruas de Paris é contruído por fragmentos imagéticos..são as fotos que vemos há tempos que nos fazem sonhar com aquelas ruas..então...acho que as fotografias são peças importantes na construção da imagem que temos de Paris...não é mesmo?
Logo que eu começei a ver aquelas fotos lindas de Paris..eu pensei num texto em que Giorgio Agamben fala da fotografia...
No seu livro intitulado "Profanações"..Agamben escreveu um belíssimo texto chamado “Dia do Juízo”...bem..e ele fala algo mais ou menos assim..que as fotografias representam, de algum modo, o lugar do Juízo Universal..
Não é uma questão de tema, certamente...as fotos podem ser banais..cotidianas...podem mostrar um rosto ordinário, uma vitrine, um objeto...mas de qualquer forma..diz Agamben... “o que aparece”..aquela vitrine de uma loja de Paris..o passeio das mulheres numa elegante rua de Nova York, etc..tudo isso..é convocado à aparecer no dia do Juizo Final....
E as descrições de Agamben sobre o "Anjo da Fotografia" são excelentes..lembra um pouco Walter Benjamin falando do "Anjo da História" (ou seja, pirando na batatinha falando de um quadro  de Paul Klee)