sábado, 15 de dezembro de 2012

Cinema Italiano ( II ) : O Gore Italiano


        Eu comecei o post anterior sobre o Spaghetti Western falando sobre como os italianos são especialistas em pegar uma coisa que já existe e modificá-la totalmente. Assim como aconteceu com o western, em que eles pegaram um gênero hollywoodiano por excelência e criaram uma das coisas mais divertidas e vibrantes que foi o western italiano, também vemos eles fazendo algo parecido com os filmes de Horror

    Os filmes italianos são extremamente sangrentos, gore...eles não tem vergonha de despejar na frente de seus olhos litros e litros de sangue, vísceras sendo estripadas, e misturar peitinho com cenas de abatedouro.... 





   Já falei que gostaria de falar sobre o Cinema Italiano, mas não sobre as belas cenas de La Dolce Vita de Fellini, nem sobre o NeoRealismo Italiano, nem sobre Salò de Pasolini. O que eu quero hoje é falar da sangreira...Este post é dedicado aos mestres do Italian Gore Movies...o gore italiano como expressão máxima do cinema de horror produzido na Itália.




O PRECURSOR DO GORE NAS TELAS: O GÊNERO "GIALLO" NA LITERATURA






     Mas nada começa do zero, muito antes do gore italiano se desenvolver no cinema, os italianos já produziam um tipo específico de literatura, muito sangrenta, que dá alguns dos alicerces para o que o cinema vai fazer mais tarde. Muitos mestres do gore começaram escrevendo roteiros inspirados na literatura conhecida como giallo....


    O giallo é um gênero literário marcado por tramas policialescas e detetivescas, sempre com muito sangue (um assassino estripador que deixa como pistas uma trilha de sangue). Esses livros muito populares na Itália eram chamados de giallos (amarelo) em referência à capa amarela que era característica de seus livros. Os livros giallos seriam algo similar, mas não totalmente igual ao que aconteceu nos Estados Unidos com as publicações conhecidas como Pulp (livros baratos com papel vagabundo geralmente publicado em revistas semanais que publicavam estórias principalmente detetivescas, de ficção científica ou com muita violência). 

   Em 1929, a editora Mondadori, que havia conseguido algum sucesso com publicações de Agatha Christie e Arthur Conan Doyle percebe o filão que é publicar livros com histórias de detetives e começa a investir em livros de baixa qualidade, mas com conteúdo vibrante, sempre marcados por assassinatos e muito mistério. Surgia assim a coleção Il Giallo Mondadori que tinha esse nome porque os livros da Mondadori tinham sua capa amarela característica que depois se tornou sinônimo do gênero...

Esses livros foram publicados durante décadas, e acabou caindo no gosto do italiano...Teve uma época em que o volume de produção era tão grande que um novo título saía a cada 15 dias...






Então, nos anos 60, quando o giallo atingia seu auge...o cinema naturalmente incorporou o gênero para as telonas, começaram a surgir os primeiros filmes da safra giallo no cinema também...o público italiano que já era apaixonado pelos livros da Mondadori abraçou também o giallo como gênero de terror italiano...Giallo praticamente era sinônimo de Terror para os italianos...
   
O GIALLO NO CINEMA


  Os  livros giallos começaram a aparecer por volta do final dos anos 30 mas tiveram seu auge principalmente em meados dos anos 60 quando começou a ser transportado também para as telonas do Cinema. 



    A associação direta dos filmes de terror italianos com esse gênero literário fez com que o giallo se tornasse também um gênero cinematográfico. Na Itália, os filmes de terror eram tão identificados com o tema, que filmes estrangeiros como Psicose eram rotulados de giallo  quando foram lançados naquele país.

   O giallo no cinema vai ter uma estrutura muito parecida com os romances de capa amarela: sempre um detetive vai estar perseguindo as pistas de um assassinato brutal; o assassino não aparece, a não ser através de um detalhe, como uma mão com luvas pretas de couro empunhando uma faca pingando sangue, essas coisas....










   Os assassinatos sempre acontecem com mulheres, que tem seus corpos destrinchados de forma brutal, ou suas gargantas degoladas...não sem antes uma cena de tensão (o assassino voyer observando a vitima se trocando) ou perseguição (e você sabe..não importa o quanto ela corra, o assassino sempre sabe um atalho, hehehe) ...


E principalmente, as vítimas mulheres são sempre gostosonas com saúde dominante, matronas com peitão, que em algum momento são vistas em trajes íntimos, exibindo seus belos corpos antes do abatedouro....sangreira e peitinho juntos é essencial para ser um giallo italiano. É aquela coisa (acho que é o nome de um livro ou filme) so sweet, so dead...















(muitas vezes o assassino é um amigo que chega para ajudar, um vizinho, alguém conhecido da vítima, outro clichê que o giallo ajudou a popularizar)




E a faca (principalmente a faca de cozinha), o punhal, a navalha, canivetes automáticos e demais objetos cortantes ...sempre são o instrumento preferidos do assassino...talvez porque o seu efeito é muito sujo..
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    O primeiro filme giallo nos cinemas costuma ser atribuído a  La ragazza che sapeva troppo (A garota que sabia demais) de Mario Bava lançado em 1963. Uma garota americana que viaja para a Itália logo tem sua vida conturbada por ser testemulha de um assassino em série que a polícia italiana buscava há anos...o problema é que a polícia quer que ela coopere para encontrar o assassino enquanto este faz dela o objeto de seu próximo ataque....tenso...muito tenso!






BLACK SABBATH: I TRE VOLTI DELLA PAURA

Sabe, eu sempre tinha ouvido essa história: a banda Black Sabbath..seu nome, tinha sido inspirado num filme de terror estrelado por Boris Karloff...eu sabia disso, só não sabia que o tal filme que havia inspirado os britânicos do Black Sabbath na verdade era um filme italiano. Este filme se chamava I Tre Volti della Paura (As Três Faces do Medo)  um clássico do giallo, do mesmo diretor Mario Bava,  que na Inglaterra e nos Estados Unidos foi lançado com o título conhecido de Black Sabbath...trata-se, portanto, do mesmo filme: 



Este filme é composto de 3 episódios que são baseados em escritores bastante diversos e heterogêneos, não diretamente ligados ao gênero giallo italiano...

O primeiro, Il Telefono (O telefone) baseado numa história de F. Snyder, mostra uma mulher que durante uma noite inteira é atormentada por telefonemas de um homem misterioso que diz que vai assassiná-la aquela noite...é muito tenso!!!

O segundo episódio I Wurdalak (O Wurdalak), baseado no conto de  Alexei Konstantinovic  trata de uma história de vampirismo de gelar o coração....

O último, I Goccia d´aqua (A Gota d´água) , fala de uma terrivel maldição que se abateu sobre uma enfermeira após ela roubar um anel de um médium instantes antes dele morrer...






O IDOLO DA TRIBO: GEORGE ROMERO E OS "MORTOS-VIVOS"


Em meado dos anos 60, o terreno estava fértil para o terror italiano. O giallo havia preparado o terreno...com suas histórias de detetives, asssassinatos e sangreiras....

Mas se o gore italiano vai beber diretamente na fonte do giallo, ainda faltava para o gênero a pedra filosofal. 

Este momento vai chegar com Night of the Living Dead de George Romero, de 1968. Antes do filme de Romero, o terror ainda era aquele terror meio feerico, com cemitérios cobertos de fumaça de gelo seco, vampiros galãs cobrindo seus rostos com a capa, etc...

 O filme de Romero, ainda em preto e branco, é totalmente diferente, ele é sujo, seco...e já naquela época mostrava zumbis comendo carne humana....algo muito mais sujo do que o horror bonitinho dos anos 40 e 50....



     Já na cena inicial, que se passa num cemitério da Pensilvânia, quando a moçinha Bárbara, vai visitar o túmulo de seus pais  com seu irmão irritante Jonnhy (que morre já na primeira cena) e acaba sendo atacada por um morto-vivo, já se estabelece a diferença: o cemitério do filme é um cemitério real, não tem truques e efeitos de gelo seco...é um cemitério onde poderia estar eu ou você....e o que se passa em seguida são horas de terror, com a personagem principal sendo acuada por uma horda de mortos-vivos que aparecem do nada....durante uma noite inteira, Bárbara, que acaba se juntando a outros sobreviventes, vão acabar sendo encurralados numa casa abandonada e tentam entender o que está acontecendo e principalmente, tentam fugir do perigo e evitar que sua carne sirva de ração para mortos-vivos....












O filme tem uma premissa simples: oque você faria se os mortos começassem a andar pela terra novamente? .. a ideia em si, não é de dar um cagaço hein?



esse filme não tem firula alguma -  é agoniante do começo ao fim..não dá um minuto de suspiro para o telespectador..







    Na época o filme de George Romero é claro, tinha tudo para ser um enorme fracasso. Um diretor inciante, sem muito orçamento, fazendo um filme barato sobre um bando de zumbis acuando pessoas numa casa...O filme só não foi um fiasco porque um articulista da revista Rigger Digest asssistiu o filme e ficou horrorizado com o mau gosto e decidiu criticá-lo. A crítica, no entando, surtiu efeito contrário e a polêmica acabou gerando certa publicidade para o filme...que sem maiores orçamentos ou investimentos, conseguiu  ter uma bilheteria razoável para a época e para o contexto...

   Muitos anos mais tarde, Romero admitiu que a ideia de fazer um filme de um bando de pessoas cercados por zumbis foi inspirado no livro Richard Matheson "Eu sou a Lenda"...
  Antes mesmo de Romero, o filme de 1964  The Last Man on Earth (no Brasil este filme tem o curioso e engraçado título de "Mortos que Matam"), inspirado no livro de Matheson,  já havia levado o tema para as telas, inaugurando essa idéia de pessoas acuadas dentro de uma casa, num mundo lá fora repleto de seres hostis...
   


foto de Mortos que Matam
The Last Man on Earth (1964)


     Com o tempo, o filme de Romero tornou-se um cult e hoje Romero é considerado o pai do subgênero zumbi e morto-vivo...que influenciou desde o revolucionário clipe de zumbis dançantes no Thriller de Michael Jackson até as série de Quadrinhos e Seriados  como Walking Dead de Robert Kirkman, o Guia de Sobrevivência zumbi..de Max Brooks, games como Dead Island, filmes mais recentes como Epidemia e até mesmo Resident Evil...até filmes com um tom debochado e metalinguístico como Shaun of the Dead e Zumbilandia....todos rendem tributos ao mestre George Romero.





     Mas na época, uma das grandes sacadas de Romero foi utilizar o seu filme de zumbi para fazer uma crítica social. Ao contrário do que se pode pensar, no filme de Romero, o grande problema não é o zumbi, mas as relações humanas.....

    Esse clima pesado e pessimista do filme tocou diretamente o público, que não vivia um bom momento (a morte de Kennedy, a Guerra do Vietnã, conflitos raciais)...os heróis do filme claramente são a moçinha do começo (Bárbara) e um homem negro, Ben (Duany Jones)..(este último parece ser o único que mantém a lucidez e toma decisões sensatas)...os demais são retratados como porcos racistas, intolerantes, imbecis ou frágeis demais para se cuidar..Romero gostava de dizer que mais do que um filme de zumbi, Night of the Living Dead era um filme sobre a perda da estabilidade social vivida naquele momento sombrio...




Isto vai ser levado ao extremo no segundo filme de Romero, Dawn of the Dead....de 1978,  já filmado em technicolor (e portanto, mostrando uma profusão em sangue), onde o filme tenta continuar a cronologia, situando um bando de sobreviventes em algum momento após o apocalipse zumbi (estou usando um termo "modinha" de hoje, que não era sequer cogitado na época, para explicar). Esses sobreviventes acabam escolhendo como lugar de proteção um Shopping Center. Acontece que o filme é uma grande crítica ao Consumismo, e nesse filme novamente Romero acerta a mão....Os zumbis de alguma forma, tem alguma espécie de "memória" e acabam se dirigindo à aquele que era em vida o seu grande santuário do consumismo e da sociedade capitalista: exatamente o Shopping Center que aqueles sobreviventes estavam escondidos...






O filme ainda tem um sabor especial devido ao magistral trabalho de Tom Savini, um especialista em fazer maquiagem de filme de terror (para você ter idéia ele é o cara que faz a maquiagem do Jason garoto pulando do lago no primeiro Sexta-Feira 13; o Kevin Bacon novinho levando uma facada por baixo da cama o outro Sexta-Feira 13; a maquiagem clássica do Freddy Krueger e por ai vai)...o cara é genial..




Esse cara é um especialista em fazer cabeças estourando, cortes com objetos contundentes ou atravessando o crânio e outras coisas que eram técnicamente difíceis de fazer numa época que se contava totalmente com a maquiagem e não com a computação gráfica para criar o efeito de sangrera....



Aliás, Tom Savini aparece como lider da gangue dos motoqueiros que invade o Shopping no meio do filme... (mais uma vez Romero nos mostrando que no apocalipse zumbi é mais importante ficar atento ao mal que as pessoas vivas podem nos fazer)


E Romero sempre teve um estilão, coisa fina, para produzir zumbis carismáticos. Neste segundo filme, impossível não se lembrar do zumbi flyboy ou do zumbi Khrishna...





Dawn of the Dead original, a sequência de Night of the Living Dead, no entanto, acabou tornando-se tambem um objeto de culto, um verdadeiro cult movie. Tanto que na Itália, os diretores gore rendem muito mais fascínio à este segundo filme do que ao primeiro, que os influenciou totalmente, talvez por causa da sangreira generalizada que foi possível graças ao magistral trabalho de Tom Savini como maquiador...


   Seja como for, esse filme causa uma certa confusão, devido as peripécias mirabolantes porque passou o filme depois da sua estréia, no momento em que ele foi ser distribuído na Europa. Lá na Europa,um cara chamado Dario Argento (daqui a pouco vamos falar dele), ficou responsável pela distribuição do filme. 
      Acontece que para adaptar ao gosto do italiano (ou dele próprio), Argento literalmente pôs a mão na massa, e modificou totalmente o conteúdo. O resultado é que parece ser um filme completamente diferente.
      Em primeiro lugar, Argento mudou o título do filme, que na Europa foi lançado como Zombie: Dawn of the Dead. Depois, Argento retirou toda a enrolação que ele acreditava ter no filme original, e editou o filme, ressaltando as partes mais nojentas e violentas do filme. Por fim, o italiano modificou totalmente a trilha sonora do filme, colocando músicas tétricas da banda Goblin, que costumava assinar as composições dos próprios filmes do Argento. 
     Ou seja, dependendo da versão que você vir do filme, pode ser que você tenha uma sensação bem diferente, pois tratam-se do mesmo filme, mas com pegadas diferentes. A versão que foi distribuída no mercado europeu tem, claramente, o dedo de Dario Argento.

Dawn of the Dead (1978) - lançado no mercado europeu com o título de ZOMBIE

O último filme da trilogia, Day of the Dead de 1985, fica bem aquém dos dois filmes iniciais. Neste filme o mundo já foi devastado e agora está completamente dominado pelas hordas de zumbis. Neste filme, um grupo de sobreviventes se refugia numa base militar. A tensão do filme se concentra no embate entre o grupo de militares que querem resolver tudo na porrada e um grupo de cientistas (que não concordam entre si) que procuram estudar os mortos-vivos e quem sabe até reverter o quadro, ou até mesmo domesticá-los. 
   Esse filme apresenta o carismático zumbi Bub ( Sherman Howard)... um zumbi que ouve música no fone de ouvido e parece ter memória residual....(e portanto pode ser adestrado, segundo a teoria de um dos cientistas)




   Eu não vou nem falar das sequências, pois acho que Romero acabou perdendo um pouco a mão...

Nos anos 80 Romero enfrentou fracassos retumbantes, até sair discretamente de cena... Infelizmente, o declínio de Romero no final dos anos 80 e o seu quase total esquecimento nos anos 90 coincidiu exatamente quando ele começou a fazer filmes não ligados ao gênero que ele criou... (o que é triste, pois Romero acabou caindo em sua própria maldição e ficou aprisionado ao gênero zumbis-mortos vivos) Em 1981 Romero fez " Cavaleiros de aço (The Knightriders), um filme sobre os cavaleiros do Rei Arthur adaptados como se fossem motoqueiros...
     Em 1982, Romero ainda faz uma colaboração com Stephen King em Creepshow - Show de Horrores, com pequenos episódios retirados de HQs de terror. Um filme om seus (poucos) momentos bons (é divertido), mas meio infantil até, que em nada remete àquele horror claustrofóbico de Night of the Living Dead.

    Romero saiu de seu longo ostracismo quando 1998, quando a Capcom e a Sony chamaram Romero para realizar um filme sobre Resident Evil baseado no game de sucesso...Mas Romero  queria fazer um filme mais pesado, com um clima de guerra...Além disso, ele introduziu uma série de mudanças que acabaram não agradando os produtores do filme e então ele foi desligado do projeto. O resultado, todos sabem, foi o filme Resident Evil de Paul WS Anderson que é muito mais hollywoodiano e não tem nada haver com o clima sombrio de George Romero... 
    Nesta mesma época, o diretor Zack Snyder faz um remake de Dawn of the Dead,  usando uma série de trucagens e linguagem acelerada de video-clipe para agradar a nova geração  e (essa foi a principal contribuição de Snyder) colocando um bando de zumbis velocistas atrás dos sobreviventes...coisa que não agrada muito aos fãs mais ortodoxos de Romero...

    De  repente, Romero tornou-se a "menina dos olhos".....Ah vai....todo mundo tá falando que ele é o mestre...deixa ele fazer um filme de zumbi....Assim, quase 20 anos depois, Romero volta a fazer um filme de zumbis, só o fato em si, não precisa dizer mais nada...Ou seja, percebeu-se logo que era muito mais legal botar uma grana na mão do Romero e deixar o velho se divertir, do que ter um monte de cópias pasteurizadas dos seus filmes...Mas a questão era..como Romero voltaria ao filão, depois de muito tempo engolindo poeira? 

     Romero teve então um orçamento maior para fazer um filme chamado Land of the Dead. Pessoalmente não gosto muito dos desdobramentos que os filmes de Romero tomaram, com zumbis "aprendendo" com o tempo, ou seja, melhorando, adaptando-se....ficando inteligentes...Isto mesmo...em Land of the Dead, Big Daddy, o zumbi estiloso vestindo macacão de frentista ´praticamente faz uma "revolução zumbi"...



.mas o cúmulo mesmo chega a ser em seu filme Survival of the Dead...onde uma zumbi que mora na ilha, está acima da média dos outros zumbis, e consegue cavalgar (isso mesmo) como se fosse uma amazona...!!!


Survival of the Dead - ela já estava morta quando fez isso!!!

 Fora que, nesse intervalo, Romero ainda lançou um filme horroroso chamado Diary of the Dead em que tenta aproveitar a onda dos supostos filmes amadores com pessoas com câmera na mão...no melhor estilo "falso documentário com câmera tremida" .....lamentável...




Mas o que importa aqui é que o segundo filme de Romero, ZOMBIE, ou seja, Dawn of the Dead na versão lançada no mercado europeu, é uma espécie de Bíblia para os mestres do gore italiano. Tanto que de longe, o segundo filme da trilogia é muito mais citado e conhecido pelos italianos do que o próprio Night of the Linving Dead.

    Zombie foi adotado como uma espécie de filme-síntese de sua escola. Não é nenhuma novidade, alguns dos principais representantes do gore italiano simplesmente tentam copiar descaradamente o filme de Romero, ou colocar-se como seu sucessor, tentando com isso ganhar uma linhagem prestigiosa....

   Mas seja como for, os mestres do gore italiano elegeram Romero como o grande ídolo da tribo e o cultuam como de forma quase mística. Se antes de Romero, o terror italiano bebia diretamente nas fontes sangrentas do giallo, agora, com Romero, os cineastas  encontraram o que precisavam, sua pedra de toque. 
    Romero tirou um pouco o glamour e a lantejoula e cenários com gelo seco do terror impressionista e fez filmes totalmente crus, com vísceras aparecendo. Se antes de Romero, o cinema italiano tinha muito sangue, agora ele podia explorar o máximo a podreira, vísceras, cérebros explodindo.....

O cenário estava sendo forjado ha muito tempo....era a hora do Gore Italiano. Todas as cartas estavam na mesa...faltava alguém chegar e botar merda no ventilador....e dar o nome de Gore Movie....

LUCIO FULCI: "ZOMBIE 2" E A "TRILOGIA DELLA MORTE"

Um dos filmes mais icônicos dessa nova onda gore, é o filme Zombie 2 (1979) de Lucio Fulci. É claro, Fulci é um cara todo formado na geração de italianos que cresceu lendo os livros giallo. Inclusive seus primeiros roteiros eram de filmes giallo. Mas Fulci foi além...com Zombie 2, ele levou a podreira do gore ao seu extremo....

Porque ZOMBIE 2?... Fulci já lança seu filme com o número 2 no título, porque na Itália, todo mundo sabe que ZOMBIE, é o nome do filme de George Romero. Ou seja, o filme conscientemente já se alinha ao filme seminal de Romero, colocando-se como seu sucessor direto, sua continuação...

De fato, o título "Zombie 2" acabou criando muita confusão na Itália, pois muita gente pensava tratar-se efetivamente de uma continuação direta de Dawn of the Dead....









A capa de Zombie 2 de Lucio Fulci tem aquele zumbi extremamente podre, que já ficou famoso....



E se você tinha alguma dúvida daquilo que eu te falei, que os italianos pegam uma coisa e a exageream, espere só...Veja este exemplo do filme Zombie 2...

Há uma das minhas cenas favoritas de Zombie 2, que um zumbi está perseguindo uma mergulhadora....e acaba indo para o fundo do mar..(claro, pretexto também para enfiar uma gostosa com trajes sumários)...e eis que em certo momento, o zumbi é atacado por um tubarão!!!!! Isso mesmo, essa cena é épica....quando você imaginaria uma luta entre zumbi versus tubarão...o cara não é gênio?

O pior é que o zumbi bota o tubarão pra correr...foda pra caralho!



Claro, além de Zombie 2, Lucio Fulci tem diversos outros filmes...

Os filmes de Fulci são notórios por dar aquela sensação de nausea pelas suas cenas...Ele gosta de apresentar aquelas cenas por exemplo, em que um cara fura o olho do outro empurrando os glóbos oculares com os dedos...uma finesse indescritível. 

Aliás, os globos oculares (e a consequente agressão a eles) são uma marca característica da película fulciana...



Arquivo: Cidade dos Mortos (lágrimas) Jpg.





Não é a toa que os filme de Lucio Fulci eram a maioria censurados nos Estados Unidos e geralmente eram passados naqueles cinemas conhecidos como GrindHouses....

Mas Fulci acabou sendo muito conhecido nos Estados Unidos, e de certa maneira até tornou-se um cult, devido a um filme chamado The Beyond (O Além). Este filme na verdade, tem um título complicado em italiano... (...e Tu vivrai nel Terrore. L´Aldila). Esse filme mostra 7 portas do além que foram abertas por um assassino e que permitem aos mortos atravessar o portal e vir pra o mundo dos vivos.... 

The Beyond  ou e Tu vivrai nel Terrore. L´Aldila faz parte de uma trilogia não oficial conhecida como "Trilogia della Morte" ou ainda nos Estados Unidos "The Gates of Hell", que tratam de uma série de portais obscuros, e que sao formados pelos filmes Paura nella cittá dei morti viventi (1980) e Quella villa accanto al cimiterio (1981)








Apesar de The Beyond ser o filme mais conhecido de Lucio Fulci fora da Europa, muita gente acredita que a Trilogia da Morte é aquilo que tem de mais fino na obra fulciana....


DARIO ARGENTO: A "TRILOGIA DAS MADRES"

     Como eu tinha falado, Dario Argento foi o cara que pegou o filme de Romero e editou de um jeito que até parece outro filme, e que foi lançado na Itália com o título de Zombie.....

 De todos os filmes de terror italiano, os meus preferidos são os três filmes que formam a chamada Trilogia das Madres de Dario Argento....Embora cada um tenha um ritmo e um desfecho diferente, e até uma qualidade de produção diferente, eu gosto de todos. O primeiro Suspiria é brilhante...o último La Terza Madre, deixa muito a desejar, mas é um alívio que ele tenha consiguido terminar uma trilogia esperada durante décadas...

A Trilogia das Madres é composto por Suspiria (1977), Inferno (1980) e La Terza Madre (2007). Como se vê, Argento demorou quase 30 anos para concluir sua trilogia....
O pressuposto da trilogia sobrenatural de Argento é que, assim como há um triunvitado do bem, As Três Graças, há um triunvirato do mal, formado por Três Mães, ou três bruxas... cujo poder maligno permite controlar ou manipular o destino do mundo dos viventes....

Cada um dos filmes da trilogia, portanto, segue o destino de uma das três mães: Mãe dos Suspiros (Suspiriorum Mater), Mãe das Trevas (Tenebrarum Mater) e Mãe das Lágrimas (Lacrhymarum  Mater)....


O filme teria se baseado no fictício relato de um arquiteto chamado E. Vareli, que supostamente teria relatado tudo no livro chamado As Três Mães. Este livro conta que no século XI três bruxas muito poderosas teriam feito um pacto às margens do Mar Negro e adquirido grande poder de destruição. Desde então, essas bruxas vagam pelo mundo, semeando tudo que há de mal, interferindo nos acontecimentos, provocando tragédias, violência e devastação...



No século XIX, as bruxas decidem construir três casas senhoriais que serviriam de quartel-general, cada uma ficaria numa casa, e de lá governaria o mundo. Uma foi construída na Alemanha,  outra nos Estados Unidos e outra na Itália. O arquiteto Vareli foi quem projetou os três edifícios e os construiu, mas ele ficou sabendo muito tarde do poder pernicioso das três mães. Ele escreve tudo num livro secreto, que teria se perdido no tempo...Agora, a única coisa que o telespectador sabe, assistindo aos filmes, é que o espírito das três bruxas foram aprisionados em cada uma dessas casas, construídas em diferentes partes de mundo, e que as bruxas ainda as controlam, esse poder das bruxas irá se manifestar oportunamente em mulheres que vivem na residência...já no século XX. È isso que a Trilogia segue...como cada bruxa irá exercer, através da residência, a influência sobre a vida de  cada uma dessas mulheres. O filme acompanha a trajetória de cada uma dessas mulheres...


SUSPIRIA
Suspiriorum Mater

O filme Suspíria é o primeiro deles....acompanha a história de Suzy  Bannion na Alemanha e fala da Suspiriorum Mater, a mais velha e a mais sábia das três mães.De acordo com a lenda, a Mãe dos Suspiros havia sido uma prostituta encontrada por Dario nas ruas de Roma.

O filme todo se passa numa escola de dança em Freiburg, onde uma jovem americana recém chegada vai se instalar...Aos poucos ela descobre a verdadeira identidade que o pessoal daquela escola escondem: elas são bruxas empenhadas em semear o caos...Então se sabe que aquela escola de dança é na verdade um dos três edifícios controlado pelas madres, e que pertencia à Mãe dos Suspiros.


O filme Suspíria é impressionante sobretudo pela sua fotografia. Ele é até hoje um filme cultuado entre certos círculos do pessoal do Design, Cinema e áreas afins... 

    O diretor de fotografia Luciano Tovoli contou uma vez que neste filme eles decidiram eliminar totalmente as cores intermediárias, ressaltando as cores Vermelha, Verde e Azul. (uma vez eu vi ele dando uma palestra sobre como fez isso no technicollor, mas não sei exatamente descrever o processo técnico - mas basta saber que aquela cor estourada foi obtida através de processos químicos feito diretamente na película) O resultado é um visual psicodélico que deixa o filme com cara de pintura....

Você vai perceber isso logo de cara, a cor vermelho estoura diante dos seus olhos...






Claro...após alguns minutos assistindo ao filme, maravilhados com o visual psicodélico...somos logo lembrados que estamos num filme de Dario Argento...Logo na primeira cena de assassinado, a brutalidade corre solta..... Uma cena horrivel em que a aluna que era expulsa da academia quando suzy estava chegando  é esfaqueada, tem o peito aberto...e ainda por cima o coração espetado, tendo no final seu corpo ensanguentado jogado pelo teto por uma corda...






INFERNO
Tenebrarum Mater

O segundo filme da trilogia, Inferno,  enfoca na Mãe das Trevas, Tenebrarum Mater. A mais jovem e cruel das três mães. Este filme foi traduzido no Brasil com o título infeliz de Mansão do Inferno e foi lançado como um filme isolado, descontextualizado da sua trilogia. Um estudante norte americano que está em Roma  e sua irmã Rose que está em Nova York decidem investigar uma série de assassinatos e acontecimentos estranhos. Aos poucos Rose percebe fatos estranhos acontecendo no seu edifício até que encontra o livro de Vareli e descobre que a sua casa faz parte de uma das três casas senhoriais construidas pelo arquiteto, e que pertence a Mãe das Trevas...


Rosa na adega



LA TERZA MADRE
Lachrymorum Mater

O último e esperado filme da Trilogia das Mães é também o mais fraquinho. Claro, Argento passou quase 30 anos para concluir a Trilogia. Mas em 2007, quando finalmente consegue, os tempos são outros...e ele não consegue fechar a sua trilogia de forma tão estrondosa como foi o seu início com Suspíria. As comparações são inevitáveis e é claro, injustas, pois é impossível comparar o primeiro com o último, a qualidade deste é bem inferior à daquele.




De qualquer forma La Terza Madre, como se sabe, vai fechar a cronologia, explorando a última das três casas, a que fica em Roma e é habitada pela terza madre, a Mãe das Lagrimas (Lachrymorum Mater) descrita como a mais bela de todas.
  Talvez uma das coisas que desagradou muitos fãs é que o filme não parece remeter em estrutura aos outros dois filmes. Parece um filme isolado.

E para piorar, assim como aconteceu com "Mansão do Inferno", La Terza Madre recebeu um péssimo título em português "O Retorno da Maldição", que o desconecta totalmente com os 2 outros filmes...

Além disso, o forte tom psicodélico dos dois primeiros é substituído aqui por efeitos digitais muito toscos.....o que resulta num filme pobre, sem muita empolgação...

A trilha sonora continua boa...nos primeiros dois filmes, Argento acerta com a parceria com a banda Goblin, que dá o tom perfeito para seus filmes. Uma parceria que durará muitos anos. Neste filme porém, assume a trilha sonora o vocalista da banda inglesa Cradle of Filth, Daniel Filth que também dá uma boa pegada tenebrosa que o filme exige.

Ah, e só pra constar, a atriz de Mãe das Lagrimas não é outra senão....Asia Argento, a própria filha do diretor....



Porém, se o filme La Terza Madre, lançado tantos anos depois dos dois outros filmes, quando a poeira já baixou e praticamente ninguém, a não ser os fãs, perceberam do que se tratava, eu gosto de olhar o último filme da trilogia de forma quase condescendente. Afinal, vai lá, o cara conseguiu fechar uma trilogia bem cabeçuda....Ou seja, não é o meu preferido, mas eu gosto também...assim como gosto de quase tudo que ele fez.


RUGGERO DEODATO E O MUNDO CANIBAL

Eu não poderia falar do gore italiano sem falar de dois filmes de Ruggero Deodato....
Os dois filmes são parecidos e tem premisssas parecidas, mas seu resultado foi desigual.

O primeiro filme foi filmado em 1977, chama-se Ultimo Mondo Cannibale. É um filme que mostra um grupo de prospectores perdidos numa selva nas filipinas após o seu avião enguiçar. E durante empreitada acabam sendo capturados por uma tribo de canibais e levados para uma caverna. 



     Apesar da violência gráfica não ser extrema como vai ser no seu filme seguinte Ruggero Deodato mostra nesse filme várias sequências perturbadoras (como a cena em que os nativos começam a tocar as genitálias de um dos cativos) e cenas de mutilação e maus tratos a animais (cenas reais, já que naquela época não havia nenhuma preocupação com a proteção e integridade dos bichos). O filme acabou sendo proibido em vários países da Europa.(Fora da Europa, seu nome é meio confuso, pode ser encontrado com o título de Jungle Cannibal ou Last Cannibal World)
















Naquela época, Ruggero Deodato estava fascinado pelo gênero de documentários conhecido como Mondo. Um filme Mondo é aquele que geralmente aborda uma cultura estranha dando ênfase à temas que são considerados tabus em nossa sociedade como sexo e morte. Muitas vezes são documentários fraudulentos ou, no limite, que exageram ou tratam esses temas de forma sensacionalista. 


O primeiro filme desse gênero é Mondo Cane (Mundo Cão) de 1962, dirigido por Paolo Cavara. Mondo Cane é uma espécie de tour pelo mundo, onde o diretor supostamente pretende mostrar uma espécie de caleidoscópio cultural, viajando pelo mundo, e recolhendo aqui e ali, costumes que ele acha interessante. O problema, vocês devem imaginar, é que essa coleção de costumes não tem outro motivo senão chocar o público..e dá-lhe exemplos escatológicos e coisas afins...Acontece que Mondo Cane foi muito bem recebido por um público àvido em conhecer bizarrices...Então, acabou inspirando uma série de documentários de exploração, que ficaram conhecidos como Filmes Mondo.





Os filmes de Ruggero Deodato tem total influência dos filmes Mondo...tanto no seu tom, quanto nos seus temas....os filmes fictícios do mundo canibal- universo explorado pelo realizador- beiram o tom documental e realístico. A idéia de Ruggero Deodato é fazer uma espécie de filme Mondo, só que com atores, mas dando o máximo de realismo possível...assim Deodato construiu toda uma mitologia sobre o Mundo Canibal...

Em 1980, Ruggero Deodato volta ao tema com um filme perturbador chamado Cannibal Holocaut. E, apesar do título parecer igual (e pela variação de títulos pelo mundo, os dois filmes acabam se confundindo), o segundo filme de Deodato tem uma pegada diferente, um tom mais "realista" e documental....vou explicar aqui...




Esse filme de 1980, Cannibal Holocaust, levou ao extremo a premissa de mostrar sangreira e mortes violentas às telas. Só que ao contrário de caras como Lucio Fulci e Dario Argento e mesmo do cinema giallo, que colocaram a sangreira como um recurso estético, Ruggero Deodato vai fazer a porra ficar séria....e por quê?

Sabe aquela idéia que hoje está batida das found footages  (muita gente lembra de A Bruxa de Blair, mas se esquece de Cannibal Holocaust) no estilo "falso do cumentário",com um punhado de jovens que se perdem na floresta e depois acham a "fita perdida" e o que elas contém mostra uma realidade perturbadora?

Pois é....pasmem. Se você achava geniais caras que fazem isso (geralmente a desculpa pela baixa qualidade é o orçamento) saiba que lá no final dos anos 70 e início dos anos 80, eles já fizeram isso,..e pior, numa época que ninguém fazia, foi um recurso narrativo totalmente novo...(é de se perguntar se este tipo de filme, as found footage já seriam uma espécie de subgênero? ou se a coisa toda não passa mesmo do seu nível mais raso da coisa - é uma trapaça para encobrir - ou as vezes nem isso direto - a absoluta falta de grana/talento/inspiração)


O filme de Deodato mostra uma suposta equipe de televisão dos Estados Unidos que foram para a Amazônia para filmar um documentário e acabou desaparecendo. Como você deve imaginar, durante as buscas, acabaram encontrando as fitas dessa equipe e descobrindo que eles acabaram caindo nas mãos de uma tribo de canibais....


A idéia de um falso documentário que teve a fita perdida, e depois reencontrada, tendo seu conteúdo revelado foi um dos elementos que diferenciou o filme de Deodato das demais produções italianas da época. Sangreira todo mundo estava acostumado a ver...

Mas Deodato faz a coisa de uma maneira realista. Tanto que pela seriedeade e pelo tom documental com que o filme é tratado, muita gente realmente acredita que tudo aquilo aconteceu...e efetivamente, o diretor Deodato foi obrigado a comparecer num tribunal para justificar que ninguém tinha morrido durante as filmagens, pois foi acusado de fazer  snuff movie (filmes que contém assassinatos reais).  Inclusive ele teve que levar os atores supostamente mortos durante a gravação  para comparecerem diante do juiz, ali na frente, vivinho da silva, em carne e osso. Foi um rebuliço desgraçado.....




O próprio filme reforça isso colocando um aviso que a história era verdadeira...
Eu fico pensando que eles fizeram isso nos anos 70 e tem gente que paga pau pra filmes que se levam sério demais ao repetir o gênero das "fitas encontradas", coisa que era feita há muito tempo já...

VERSURA

Versura é a palavra que os romanos usavam para falar daquele ponto onde o arado dá a volta e fica um sulco na terra - é o ponto de pode se olhar as próprias pegadas....Esse ponto de versura é o momento que é possível, no limiar, olhar para o Passado, olhar por um instante o que se fez, antes de seguir em frente....até o próximo ponto de versura. É é exatamente neste ponto de verusa que o Cinema italiano pôde mostrar seu rosto demente....




   Acho que o que os italianos fizeram é chegar naquele limiar....de onde mais nada pode fazer....


    Qualquer filme hoje que tente usar a sangreira, não terá a mesma qualidade e o mesmo impacto do gore italiano....pois a violência é apenas gráfica e não estética. A violência pela violência que vemos nos filmes atuais não tem a mesma força perturbadora que tinham na paleta de grandes mestres italianos...





Assim, de slasher movies dos anos 80 até filmes como Jogos Mortais, Pânico (sem falar na irritante onda de "falsos documentários" que se proliferaram nos últimos tempos) e outros...você vai se lembrar o que os italianos fizeram...esses caras fizeram da navalha o seu instrumento, e da mancha de sangue em profusão na parede, seu belo retrato....que seja este uma homenagem justa aos mestres do Gore Italiano!







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