Se tem uma coisa que mexe com minha veia consumista..são as réplicas e bonecos de super-heróis e personagens da cultura-pop, action figures, brinquedos colecionáveis ou qualquer outro nome que deem para esses bonequinhos maneiros...(para mim isto não tem outro nome senão...simplesmente "arte")
Um dia, andando pelo Quartier Latin em Paris, parei subidamente em frente à uma loja, parece que foi uma volta à infância... eu me vi em frente à uma loja de brinquedos, pirando forte nos bonequinhos....aquilo me veio à tona. Por causa disso, hoje eu tenho uma coleçãozinha modesta dessas coisinhas, por causa daquela viagem, daquele dia....
Minha coleção de bonecos, entre outros...
Um dia, andando pelo Quartier Latin em Paris, parei subidamente em frente à uma loja, parece que foi uma volta à infância... eu me vi em frente à uma loja de brinquedos, pirando forte nos bonequinhos....aquilo me veio à tona. Por causa disso, hoje eu tenho uma coleçãozinha modesta dessas coisinhas, por causa daquela viagem, daquele dia....
Minha coleção de bonecos, entre outros...
_________________________________________________________________________
PARTE I - BREVE HISTÓRIA DOS BONEQUINHOS
Os bonequinhos de ação, também conhecidos hoje como Action Figures foram inspirados nos soldadinhos de chumbo. Ao contrário do que se pensa, os bonequinhos de ação não são uma inversão de gênero, uma transposição, da forma de brincar com bonecas, uma coisa já muito tradicional das meninas....
Para fazer a rapaziada brincar com bonequinhos, em meados dos anos 60, teve que se convencer uma geração inteira de meninos, que brincar com eles era legal, que aquilo não era coisa de menina. Portanto, mais do que as bonecas de plásticos, as figuras de ação remontam diretamente aos soldadinhos de chumbo...Vou explicar porque neste post.
Quando as action figures surgiram nos anos 60, eles buscaram diretamente esta fonte na temática militar, tentando com isso conquistar um público infantil do sexo masculino que ainda não estava acostumado com a ideia de brincar com....."bonequinhos".
Tá certo, na época da Grande Depressão, um carpinteiro dinamarquês maluco chamado Ole Kirk Christiansen aproveitou as sobras de uma marcenaria para fabricar brinquedos de montar. Surgiu assim os brinquedos LEGO que todos nós amamos (se você não gostar de LEGO você não é meu amigo). Lego em dinamarquês vem da corruptela de duas palavras "leg godt" que significa "brincar bem". E embora os brinquedos da LEGO sejam considerados, com justiça, o "brinquedo do século XX", em meados dos anos 60, nenhuma experiência anterior preparava aquelas crianças para a ideia do brincar com figuras de ação. Todo o horizonte de referência sobre brincar com bonecos vinha da Barbie. Naquela época, meninos brincavam de trenzinho e carrinhos de lata.
Para fazer a rapaziada brincar com bonequinhos, em meados dos anos 60, teve que se convencer uma geração inteira de meninos, que brincar com eles era legal, que aquilo não era coisa de menina. Portanto, mais do que as bonecas de plásticos, as figuras de ação remontam diretamente aos soldadinhos de chumbo...Vou explicar porque neste post.
Quando as action figures surgiram nos anos 60, eles buscaram diretamente esta fonte na temática militar, tentando com isso conquistar um público infantil do sexo masculino que ainda não estava acostumado com a ideia de brincar com....."bonequinhos".
Tá certo, na época da Grande Depressão, um carpinteiro dinamarquês maluco chamado Ole Kirk Christiansen aproveitou as sobras de uma marcenaria para fabricar brinquedos de montar. Surgiu assim os brinquedos LEGO que todos nós amamos (se você não gostar de LEGO você não é meu amigo). Lego em dinamarquês vem da corruptela de duas palavras "leg godt" que significa "brincar bem". E embora os brinquedos da LEGO sejam considerados, com justiça, o "brinquedo do século XX", em meados dos anos 60, nenhuma experiência anterior preparava aquelas crianças para a ideia do brincar com figuras de ação. Todo o horizonte de referência sobre brincar com bonecos vinha da Barbie. Naquela época, meninos brincavam de trenzinho e carrinhos de lata.
Foi pensando nisso que a Hasbro teve uma iniciativa incrivel em meados dos anos 60. Pensando em aproveitar o nicho das bonecas Barbie, a Hasbro, que já havia adquirido muito sucesso com Monopólio e a criação do icônico Senhor Batata, dava o pulo do gato, inventando a noção de "Action Figure". As figuras de ação...
O responsável por tudo isso foi um cara da Hasbro chamado Stan Weston. Nos anos 60, encontramos uma geração que viveu a sua infância durante a Depressão e II Guerra nos cargos executivos das indústrias de brinquedos. Na outra ponta, está o público infantil. Uma geração inteira que está crescendo ainda sob o espectro da Guerra Fria. Estas duas pontas, suas vidas e suas experiências, explicam em parte, como o terreno estava fértil para o surgimento e o amplo sucesso das figuras de ação.
Stan Weston estava maravilhado com o potencial comercial da boneca Barbie e queria fazer com que os meninos também pudessem brincar "daquela forma". Porém, o que iria fazer aqueles meninos de oito ou nove anos, uma geração marcada pela guerra, se interessar em brincar de bonequinhos. O Ken, equivalente (duvidoso) masculino da boneca Barbe, seu contrário, seu par perfeito, pouco inspirava a virilidade necessária para atrair aquele jovem público infantil. Esse Ken só sabia jogar tênis, usar munhequeira ou camisa pink com gravata prateada. Não havia na indústria um cara "machão" capaz de atrair o público infantil masculino naquela época. O que fazer?
Um dia em 1964, Stan Weston estava passando por uma rua em Nova York, quando se deparou com uma vitrine de bonequinhos de guerra, aqueles soldadinhos de chumbo. Você se lembra que eu falei que as figuras de ação remontam diretamente aos soldadinhos de chumbo? Pois é, foi naquele dia em 1964, observando uma enorme variedade de bonequinhos de chumbo (principalmente soldados da guerra franco-prussiana, da guerra civil americana e do exército napoleônico), Stan Weston teve sua luz.
Ele já sabia do potencial comercial das bonecas Barbie. Mas para que os jovens meninos na mesma idade pudessem se interessar por isso, não se podia contar com a masculinidade de um Ken. Era preciso forjar uma nova identidade. Olhando aqueles bonequinhos de guerra, de soldados prussianos, confederados, etc Weston teve a idéia de gênio: por quê não fazer um boneco no estilo da Barbie, mas voltado pro público masculino infantil?
Veja bem, estamos em 1964, a Guerra do Coréia ainda está na cabeça de todos, a Crise dos Misseis em 1962 deixou todo mundo com cagaço...o que não seria mais apelativo do que um boneco nos moldes da Barbie, mas que fosse, ao contrário, um super-soldado? A ideia da temática militar, que Weston tirou daquele encontro fortuito numa vitrine de uma lojinha de Nova York mudou a História do Universo.
Disso resultou algo que conhecemos como G.I.Jóe. Se você foi criança nos anos 60, 70 e 80, você sabe do que estou falando. Se você não sabe, simplesmente você não merece viver....
O responsável por tudo isso foi um cara da Hasbro chamado Stan Weston. Nos anos 60, encontramos uma geração que viveu a sua infância durante a Depressão e II Guerra nos cargos executivos das indústrias de brinquedos. Na outra ponta, está o público infantil. Uma geração inteira que está crescendo ainda sob o espectro da Guerra Fria. Estas duas pontas, suas vidas e suas experiências, explicam em parte, como o terreno estava fértil para o surgimento e o amplo sucesso das figuras de ação.
Stan Weston estava maravilhado com o potencial comercial da boneca Barbie e queria fazer com que os meninos também pudessem brincar "daquela forma". Porém, o que iria fazer aqueles meninos de oito ou nove anos, uma geração marcada pela guerra, se interessar em brincar de bonequinhos. O Ken, equivalente (duvidoso) masculino da boneca Barbe, seu contrário, seu par perfeito, pouco inspirava a virilidade necessária para atrair aquele jovem público infantil. Esse Ken só sabia jogar tênis, usar munhequeira ou camisa pink com gravata prateada. Não havia na indústria um cara "machão" capaz de atrair o público infantil masculino naquela época. O que fazer?
Um dia em 1964, Stan Weston estava passando por uma rua em Nova York, quando se deparou com uma vitrine de bonequinhos de guerra, aqueles soldadinhos de chumbo. Você se lembra que eu falei que as figuras de ação remontam diretamente aos soldadinhos de chumbo? Pois é, foi naquele dia em 1964, observando uma enorme variedade de bonequinhos de chumbo (principalmente soldados da guerra franco-prussiana, da guerra civil americana e do exército napoleônico), Stan Weston teve sua luz.
Ele já sabia do potencial comercial das bonecas Barbie. Mas para que os jovens meninos na mesma idade pudessem se interessar por isso, não se podia contar com a masculinidade de um Ken. Era preciso forjar uma nova identidade. Olhando aqueles bonequinhos de guerra, de soldados prussianos, confederados, etc Weston teve a idéia de gênio: por quê não fazer um boneco no estilo da Barbie, mas voltado pro público masculino infantil?
Veja bem, estamos em 1964, a Guerra do Coréia ainda está na cabeça de todos, a Crise dos Misseis em 1962 deixou todo mundo com cagaço...o que não seria mais apelativo do que um boneco nos moldes da Barbie, mas que fosse, ao contrário, um super-soldado? A ideia da temática militar, que Weston tirou daquele encontro fortuito numa vitrine de uma lojinha de Nova York mudou a História do Universo.
Disso resultou algo que conhecemos como G.I.Jóe. Se você foi criança nos anos 60, 70 e 80, você sabe do que estou falando. Se você não sabe, simplesmente você não merece viver....
Então, Stan Weston chamou o diretor criativo da Hasbro, Don Levine, e eles conversaram sobre o potencial comercial de uma linha de brinquedos voltados para as crianças do sexo masculino.
Assim surgiram os primeiros bonecos da Hasbro, protótipos que representavam as forças militares dos EUA: Ace (Força Aérea), Rock (Exército) e Skip (Marinha), que seriam os pais fundadores de todas as séries de bonecos em ação inspirados em temáticas militares, de G.I.Joe a Max Steel. Esses caras não eram gênios?
equipe criativa da Hasbro, Stan Weston em pé, segundo à esqueda |
Nossos primeiros heróis soldados criados pela Hasbro nos anos 60 eram bonequinhos gigantes, de cerca de 12 polegadas (30 cm), muito parecidos com as bonecas femininas que se fabricava na época, com membros fixos que se mexem para trás e para frente, e que tem uma série de roupas e acessórios sobressalentes que podem ser trocadas.
A série G.I Joe foi inspirada em um filme de guerra dos anos 40 chamado "The Story of G.I.Joe". A sigla G.I. (Governement Issue) já era antiga para designar todos os departamentos e serviços estratégicos/militares que pertencem ao governo americano. A linha lançada em 1964 foi um sucesso estrondoso.
G.I Joe de Stan Weston foi um divisor de águas na indústria de brinquedos. Pela primeira vez, havia bonecos fabricados e pensados exclusivamente para o sexo masculino.
Nos anos 60, tudo ia de vento em pompa. A série G.I. Joe fazia tanto sucesso que a Hasbro aproveitou a onda até para lançar uma personagem feminina (para roubar o público da Barbie, talvez?). O fato é que a G.I Nurse foi um enorme fracasso (embora hoje um exemplar desse raríssimo item seja muito valorizado entre os fãs).
Na década de 70, os bonequinhos da linha G.I Joe da Hasbro começaram a sofrer uma queda vertiginosa nas vendas. Nos anos 70, a temática militar inicial foi substituída por um espírito aventureiro. É formada uma equipe com 4 membros conhecida como Adventure Team G.I Joe. A equipe recebe novas missões, suas roupas mudam, A camuflagem militar da lugar ao visual aventureiro. São criados novos e chamativos veículos e equipamentos. Aos poucos, a linha aventureira cai no gosto do público e vai suplantando a temática militar....
G.I Joe de Stan Weston foi um divisor de águas na indústria de brinquedos. Pela primeira vez, havia bonecos fabricados e pensados exclusivamente para o sexo masculino.
Nos anos 60, tudo ia de vento em pompa. A série G.I. Joe fazia tanto sucesso que a Hasbro aproveitou a onda até para lançar uma personagem feminina (para roubar o público da Barbie, talvez?). O fato é que a G.I Nurse foi um enorme fracasso (embora hoje um exemplar desse raríssimo item seja muito valorizado entre os fãs).
Na década de 70, os bonequinhos da linha G.I Joe da Hasbro começaram a sofrer uma queda vertiginosa nas vendas. Nos anos 70, a temática militar inicial foi substituída por um espírito aventureiro. É formada uma equipe com 4 membros conhecida como Adventure Team G.I Joe. A equipe recebe novas missões, suas roupas mudam, A camuflagem militar da lugar ao visual aventureiro. São criados novos e chamativos veículos e equipamentos. Aos poucos, a linha aventureira cai no gosto do público e vai suplantando a temática militar....
Para angariar novos fãs, até na onda do Kung Fu eles tomam carona com o Kung fu Grip em que algumas versões são lançadas com as mãos imitando um golpe de kung fu.
Então, em meados dos anos 70, a Crise do Petróleo atingiu não só a Hasbro, mas foi um duro golpe em toda a indústria de brinquedos. Isto porque nos anos 60 e 70 usavam como matéria-prima padrão o plástico, derivado petróleo que aumentou absurdamente naquele período. Todo mundo estava desesperado. Anos antes, na Grande Depressão, Ole Kirk Christiansen usava sobras de madeira para fabricar LEGO. Mas agora, o público estava acostumado com os brinquedinhos de plástico. Fudeu tudo!
A crise do Petróleo nos anos 70 teve impacto decisivo na história dos bonequinhos de ação. Se não fosse isso, nós nunca ouviríamos falar na linha COMANDOS EM AÇÃO, que nada mais era do que a adaptação brasileira para a G.I Joe lançada pela Hasbro nos EUA. Os Comandos em Ação surgiram no Brasil em 1977 e teve uma entrada triunfal. A Estrela, detentora dos direitos, veiculava uma propaganda nos intervalos do Fantástico mostrando o bonequinho do Comandos em Ação como o "herói de verdade". Ou seja, é o primeiro boneco herói produzido na história da indústria de brinquedos no Brasil.
E sabe qual foi esse herói. Seu nome ecoa nos tempos, seu nome é FALCON... Porra, é disso que eu tou falando. Qualquer cara que tenha sido criança nos anos 80 sabe do que eu estou falando.....aquele cara barbudo,, foda pra caralho. Nem o Chuck Norris é tão foda quanto o Falcon!
A primeiras versões de Falcon que surgiram no Brasil eram: uma dele moreno sem barba, e o outro moreno com barba e uniforme camuflado....
A crise do Petróleo fez a Hasbro investir em outros mercados, praticamente rifando a marca para quem quisesse licenciar em qualquer parte no mundo. Assim os bonequinhos da G.I Joe chegaram em outros lugares como no Brasil, Itália, Inglaterra, Espanha, Japão, etc. Nessa época, a série G.I, Joe ganhou nomes variados como Action Man, Action Joe. Aqui no Brasil, a série foi chamada de Comandos em Ação.
Mas como vimos, o nome Falcon, "o primeiro G.I Joe" tupiniquim foi tão forte, que se tornou maior até mesmo que a linha que ele representava. O sucesso de Falcon foi tão grande, que aos poucos, o nome Comandos em Ação, imaginado para representar a série G.I Joe no Brasil foi temporariamente esquecida. até meados dos anos 80....
Embora representem na verdade, duas gerações diferentes da linha G.I Joe, aqui no Brasil, Falcon e Comandos em Ação foram comercializados como praticamente duas coisas diferentes....
Então para você que nunca prestou atenção nisso pode parecer meio confuso:
Nos anos 70, Falcon era a versão brasileira de G.I Joe...aquela versão mais purista criada pela Hasbro nos anos 60 nos EUA...
Ele chega até a ser meio anacrônico, pois os primeiros modelos eram aquele soldado imaginado por Stan Weston na primeira linha da Hasbro...com seu jipão, barbudão, e roupa camuflada. (e não o aventureiro futurista que se transformou depois).
Mas aos poucos, Falcon foi também ganhando roupagem aventureira, que o tornou um sucesso imenso....era foda, cara! E foi com essa roupagem aventureira que Falcon se firmou no imaginário popular. Seu primeiro modelo anacrônico, um falcon ainda moreno barbudo, militarista, deu lugar ao esteriótipo do verdadeiro herói...Fodão não era mais o cara que dá tiro em todo mundo, agora o símbolo de virilidade era lutar contra tubarões ou esquiar na neve...
Lá estava ele, com sua roupa submarina, procurando tesouros subaquáticos ou enfrentando tubarões....
Outras vezes, ele estava num safari na Africa, enfrentando gorilas...
Ou algumas vezes, Falcon também encarnava um agente secreto, que desafiava a morte com seus kits estrambólicos como o Salto Fantástico, Avanço em Alta Voltagem :
Falcon kit "Salto Fantástico" |
Kit Avanço Alta Voltagem |
Nesta época surgiram os famosos bonequinhos "Olhos de Águia". Isto é, modelos que permitiam virar os olhos para os dois lados:
Alguns fãs mais ortodoxos ainda torcem o nariz. Mas a série Falton foi uma das primeiras a adotar um design futurista. A transição começou nos anos 80. Seus modelos high tech eram incríveis Falcon foi o primeiro a deixar de lado as facas, ganchos, cordas, metralhadoras e adotar armas mais eficientes e mais divertidas como o Escudo Atomico ou a Mascara Anti-Radiação, ganhando neste momento aliados cibernéticos como o robô Roboy e também o Condor:
Falcon - Escudo Atômico |
Veja bem, você só tem alguns anos de vida nos anos 80, e nenhuma noção sobre o que significa Capitalismo, Aquecimento Global ou Google - essas porras todas que existem hoje em dia..., você quer mesmo é atirar nos seus amiguinhos com uma metralhadora ou uma arma laser..como era a doce a infância\!!
Eu gostava especialmente do Condor, o amigo robô do Falcon. E a caixa do Condor comercializada pela Estrela ainda imitava um daqueles computadores gigantescos das séries de ficção científica. Ah como era doce a idéia de futuro dos anos 80!
Mas o arqui-inimigo do Falcon, o Torak, na minha opinião, é um dos vilões mais estilosos da História da Civilização ..nem Darth Vader tem um laser saindo do peito...
Mas eu me lembro bem...para ter um desses. precisava ter exatamente 5 notas de Mil Cruzeiros... (isso mesmo..5.000 cruzeiros!!) e em meados dos anos 80...com inflação comendo solta à 80% ao mês..isso dava uma boa fatia do salário de muita gente.., então eu não tinha as famosas notinhas do Barão do Rio Branco bigodudo:
Enquanto a Hasbro nos EUA buscava sair do aperto nos anos 70, licenciando a marca G.I. Joe fora dos Estados Unidos para tentar fugir da Crise do Petróleo. Do outro lado do mundo, num continente distante, surgiu um novo paradigma. Nos anos 70, a empresa japonesa Takara desenvolveu um protótipo mais econômico, que ao invés de ser um bonecão imenso de 12 polegadas, utilizava apenas 4 polegadas. Lembre-se que até esta invenção da Takara, todos os bonecos, inclusive G.I Joe, obedeciam ao padrão da Barbie. Ou seja, um boneco de 30 cm, onde só se mexia os braços, as pernas e pescoço, e ainda assim, de uma forma um tanto limitada.
A Takara inventou um protótipo de um bonequinho de 4 polegadas que tinha como diferencial os seus "pontos de articulação". Surgiu ai um novo patamar na história dos bonequinhos de ação. Agora os bonecos não apenas simbolizavam a temática aventureira. Eles conseguiam reproduzir movimentos...isso graças aos pontos de articulação que esses japoneses malucos da Takara inventaram...
Pela primeira vez não tínhamos bonecos que moviam as pernas e braços para frente e para trás, tínhamos toda uma série de articulações que davam "movimento" ao boneco...
Esse padrão inventado pela Takara, para diminuir os custos, devido ao alto custo do plastico, tornou-se praticamente um padrão para a construção de bonequinhos até hoje....
A primeira vez que o protótipo do bonequinho articulável da Takara ganhou forma foi na série Microman, cuja temática eram os super-heróis. Até hoje a Takara ainda faz bonecos desta linha:
A Takara inventou um protótipo de um bonequinho de 4 polegadas que tinha como diferencial os seus "pontos de articulação". Surgiu ai um novo patamar na história dos bonequinhos de ação. Agora os bonecos não apenas simbolizavam a temática aventureira. Eles conseguiam reproduzir movimentos...isso graças aos pontos de articulação que esses japoneses malucos da Takara inventaram...
Pela primeira vez não tínhamos bonecos que moviam as pernas e braços para frente e para trás, tínhamos toda uma série de articulações que davam "movimento" ao boneco...
Esse padrão inventado pela Takara, para diminuir os custos, devido ao alto custo do plastico, tornou-se praticamente um padrão para a construção de bonequinhos até hoje....
Prototipos dos bonecos de 4 polegadas da Takara |
A primeira vez que o protótipo do bonequinho articulável da Takara ganhou forma foi na série Microman, cuja temática eram os super-heróis. Até hoje a Takara ainda faz bonecos desta linha:
Série "Micro Man" da Takara |
No anos 70 a Takara licenciou no Japão a linha G.I.Joe, quando a Hasbro estava expandindo a marca.
Então, em 1972, a Takara fez um spin-off da linha G.I Joe, criando uma linha de bonecos chamada Helshin Cyborg (algo como "transformando robô"). O corpo do cyborg foi feito a partir dos moldes dos bonecos do G.I. Joe, mas com plásticos transparentes, o que dava o efeito bem legais com a idéia de expor os implantes cibernéticos e o "motor atômico" do robô:
Então, em 1972, a Takara fez um spin-off da linha G.I Joe, criando uma linha de bonecos chamada Helshin Cyborg (algo como "transformando robô"). O corpo do cyborg foi feito a partir dos moldes dos bonecos do G.I. Joe, mas com plásticos transparentes, o que dava o efeito bem legais com a idéia de expor os implantes cibernéticos e o "motor atômico" do robô:
Helshin Cyborg - Takara |
Além disso, ao contrário das outras linhas de boneco, que são considerados bonequinhos em escala de soldados, aventureiros, herois, etc...os da série Helshin Cyborg são vendidos como se fossem do "tamanho real". Ou seja, os Helshin Cyborg seriam robôs intergalacticos que vieram do Planeta Micro, e que teriam se infiltrado no Planeta Terra, disfarçados como brinquedos..isto é muito nerd!!
Uma das coisas legais do Helshin Cyborg foi que era possível conectar robô a outros componentes como naves, helicópteros, motos, carros, sendo possível integrá-los, transformando-se em uma nova máquina...estava aberto o caminho para Transformers!!!!
...
Em 1983, a Hasbro adaptou os bonequinhos padrão 4 polegadas e criou uma nova geração de G.I Joe. Essa nova geração de bonequinhos muito menor em nada lembra a série criada por Stan Weston nos anos 60. Essa nova geração foi chamada de G.I.Joe - a real american hero.
Foi então que a série Comandos em Ação chegou com tudo no Brasil. Em 1984, a Estrela relança no brasil uma série de bonequinhos com o título que em 1977 serviu para introduzir G.I Joe nas terras brasileiras.
Mas passados alguns anos, Comandos em Ação em nada lembravam a identidade do antigo Falcon (embora você se lembre que Falcon barbudo estava bem no meio do logotipo dos brinquedos Comandos em Ação).
Digamos que enquanto Falcon remonta a pureza do G.I Joe militarista e aventureiro das décadas de 60 e início de 70, Comandos em Ação é inspirada na linhagem que sofreu adaptação com o padrão imposto pela Crise do Petróleo. Falcon e Comandos em Ação representam os bonecos da linha G.I Joe, mas cada um toma como modelo uma geração diferente dos brinquedos americanos. Enquanto o primeiro remete ao G.I Joe original (e no limite o Adventure Team), o segundo remete a G.I Joe - a real american hero.
Esses bonequinhos, articuláveis, graças ao padrão imposto pela Takara no final dos anos 70, trouxe algumas inovações. Eles eram extremamente bem pintados, vinham em cartelas coloridas, que reproduziam as fotos dos outros bonecos da série (que ascendia o desejo de colecionar e comprar todos). Além disso, a série Comandos em Ação inova em relação aos predecessores ao introduzir um embate entre as forças do bem e as forças do mal. Contra os moçinhos do G.I Joe estavam a equipe maligna dos Cobra.
Além dos bonequinhos, haviam uma série de acessórios incríveis como mochilas, chapeus, metralhadoras, pistolas, etc. (embora o ponto fraco desse tipo de bonequinho, você deve se lembrar, era uma borracha que ficava bem no meio, que sempre acabava arrebentando com o tempo e partindo o boneco em dois)
Foi então que a série Comandos em Ação chegou com tudo no Brasil. Em 1984, a Estrela relança no brasil uma série de bonequinhos com o título que em 1977 serviu para introduzir G.I Joe nas terras brasileiras.
Mas passados alguns anos, Comandos em Ação em nada lembravam a identidade do antigo Falcon (embora você se lembre que Falcon barbudo estava bem no meio do logotipo dos brinquedos Comandos em Ação).
Digamos que enquanto Falcon remonta a pureza do G.I Joe militarista e aventureiro das décadas de 60 e início de 70, Comandos em Ação é inspirada na linhagem que sofreu adaptação com o padrão imposto pela Crise do Petróleo. Falcon e Comandos em Ação representam os bonecos da linha G.I Joe, mas cada um toma como modelo uma geração diferente dos brinquedos americanos. Enquanto o primeiro remete ao G.I Joe original (e no limite o Adventure Team), o segundo remete a G.I Joe - a real american hero.
Esses bonequinhos, articuláveis, graças ao padrão imposto pela Takara no final dos anos 70, trouxe algumas inovações. Eles eram extremamente bem pintados, vinham em cartelas coloridas, que reproduziam as fotos dos outros bonecos da série (que ascendia o desejo de colecionar e comprar todos). Além disso, a série Comandos em Ação inova em relação aos predecessores ao introduzir um embate entre as forças do bem e as forças do mal. Contra os moçinhos do G.I Joe estavam a equipe maligna dos Cobra.
Além dos bonequinhos, haviam uma série de acessórios incríveis como mochilas, chapeus, metralhadoras, pistolas, etc. (embora o ponto fraco desse tipo de bonequinho, você deve se lembrar, era uma borracha que ficava bem no meio, que sempre acabava arrebentando com o tempo e partindo o boneco em dois)
Mas nos anos 80, os bonequinhos da Hasbro não reinavam mais soberanos. Uma das grandes inovações nesse momento foi a introdução da fantasia no mundo dos bonequinhos. Se nos anos 60 predominava a temática militar, nos anos 70 a temática aventureira, o que mais poderia manter o interesse das crianças dessa nova geração que estava surgindo nos anos 80 (a minha geração, diga-se de passagem)?
A partir do final dos anos 70 tudo começou a ficar mais elaborado. A grande virada veio com o lançamento, em 1978, da série Star Wars pela Kenner. Se até então, os bonequinhos de ação limitavam-se a um nicho dentro do universo dos brinquedos, com Star Wars da Kenner atingiu-se um patamar antes inimaginável. Entre 1978 e 1985 quando os bonecos foram produzidos, vendeu-se mais de 300 milhões de exemplares. Foi uma histeria tão grande que no Natal de 1978 esses bonecos praticamente sumiram das prateleiras das lojas. A procura foi tão grande que as lojas começaram a vender um vale-boneco, que poderia ser trocado lá por março, quando chegariam os novos estoques.
Na época o filme de George Lucas foi o primeiro a apostar no sucesso comercial do licenciamento da marca de um filme para produção de bonecos. Star War começou uma prática comercial que é seguida até hoje: junto com os filmes, lança-se uma série de bonequinhos, dá muito certo.
Mas Star Wars é um capítulo à parte na história dos bonequinhos. Já que contava com uma base de fãs dos filmes. Mas se você perceber as transformações na indústria de brinquedos desde os anos 60 você vai perceber que entre o final dos anos 70 e início dos anos 80, começa-se uma nova fase, onde o modelo aventureiro militar dos anos 60-70 começa a dar lugar à outras temáticas...
Acho que nesse campo é preciso falar de dois exemplos. O primeiro é o surgimento da linha Master of Universe. Depois de décadas levando um couro violento da Hasbro, a Mattel Inc., uma das maiores empresas de brinquedo do mundo, resolveu apostar suas fichas nesse segmento. A criadora dos carrinhos da Hot Wheels e das bonecas Bárbie nunca conseguiu um desempenho convincente no ramo dos bonequinhos.
Nessa época, o filme Conan o Bárbaro, lançado em 1982, inspirou os executivos da Mattel Inc. a criarem uma linha de bonecos. Porém, o personagem do Conan foi considerado muito violento para o público-alvo. Então, uma equipe de criação da Mattel foi encarregada para "adaptar" a temática de Conan o Bárbaro para o público infantil. Mas o que eles fizeram foi mais do que isso. Mais do que uma simples adaptação, criou-se um novo personagem: He-Man (um dos nomes mais idiotas de super-heróis de todas as galáxias). Os brinquedos da Mattel da linha Master of Universe foi lançado um ano depois o filme do Conan, em 1983, e queria aproveitar a esteira do sucesso desse filme.
Mas de saída, a linha Master of Universe teve uma estratégia de marketing absolutamente inovadora: para criar uma base de fãs para os bonequinhos, a Mattel Inc investiu forte. Contratou os caras da Filmation Studios para criar um desenho animado. Muitas crianças que cresceram nos anos 80 e assistiram aos desenhos animados de He-Man sequer imaginavam que aquilo era uma estratégia de marketing violenta. Master of Universe inverteu os valores. Ao invés dos bonequinhos criados para fãs de filmes como Star Wars, fez o contrário, primeiro criou os bonecos, depois veio o desenho.
Nos anos 80, o desenho animado do He-man tornou-se um sucesso absoluto, passando na fatia mais nobre do horário da manhã. E o desenho utilizava uma técnica incrível chamada rodoscópio. Ou seja, eles pegavam atores, filmavam os movimentos que eles queriam. E depois em cima da película eles faziam as pranchas dos desenhos. Isso dava um realismo de movimento incrível aos personagens.
A partir do final dos anos 70 tudo começou a ficar mais elaborado. A grande virada veio com o lançamento, em 1978, da série Star Wars pela Kenner. Se até então, os bonequinhos de ação limitavam-se a um nicho dentro do universo dos brinquedos, com Star Wars da Kenner atingiu-se um patamar antes inimaginável. Entre 1978 e 1985 quando os bonecos foram produzidos, vendeu-se mais de 300 milhões de exemplares. Foi uma histeria tão grande que no Natal de 1978 esses bonecos praticamente sumiram das prateleiras das lojas. A procura foi tão grande que as lojas começaram a vender um vale-boneco, que poderia ser trocado lá por março, quando chegariam os novos estoques.
Mas Star Wars é um capítulo à parte na história dos bonequinhos. Já que contava com uma base de fãs dos filmes. Mas se você perceber as transformações na indústria de brinquedos desde os anos 60 você vai perceber que entre o final dos anos 70 e início dos anos 80, começa-se uma nova fase, onde o modelo aventureiro militar dos anos 60-70 começa a dar lugar à outras temáticas...
Acho que nesse campo é preciso falar de dois exemplos. O primeiro é o surgimento da linha Master of Universe. Depois de décadas levando um couro violento da Hasbro, a Mattel Inc., uma das maiores empresas de brinquedo do mundo, resolveu apostar suas fichas nesse segmento. A criadora dos carrinhos da Hot Wheels e das bonecas Bárbie nunca conseguiu um desempenho convincente no ramo dos bonequinhos.
Nessa época, o filme Conan o Bárbaro, lançado em 1982, inspirou os executivos da Mattel Inc. a criarem uma linha de bonecos. Porém, o personagem do Conan foi considerado muito violento para o público-alvo. Então, uma equipe de criação da Mattel foi encarregada para "adaptar" a temática de Conan o Bárbaro para o público infantil. Mas o que eles fizeram foi mais do que isso. Mais do que uma simples adaptação, criou-se um novo personagem: He-Man (um dos nomes mais idiotas de super-heróis de todas as galáxias). Os brinquedos da Mattel da linha Master of Universe foi lançado um ano depois o filme do Conan, em 1983, e queria aproveitar a esteira do sucesso desse filme.
Mas de saída, a linha Master of Universe teve uma estratégia de marketing absolutamente inovadora: para criar uma base de fãs para os bonequinhos, a Mattel Inc investiu forte. Contratou os caras da Filmation Studios para criar um desenho animado. Muitas crianças que cresceram nos anos 80 e assistiram aos desenhos animados de He-Man sequer imaginavam que aquilo era uma estratégia de marketing violenta. Master of Universe inverteu os valores. Ao invés dos bonequinhos criados para fãs de filmes como Star Wars, fez o contrário, primeiro criou os bonecos, depois veio o desenho.
Nos anos 80, o desenho animado do He-man tornou-se um sucesso absoluto, passando na fatia mais nobre do horário da manhã. E o desenho utilizava uma técnica incrível chamada rodoscópio. Ou seja, eles pegavam atores, filmavam os movimentos que eles queriam. E depois em cima da película eles faziam as pranchas dos desenhos. Isso dava um realismo de movimento incrível aos personagens.
O segundo lançamento que eu acho que colocou a indústria de bonequinhos em outro nível foi o lançamento de Transformers. Mais uma vez, a Hasbro estava no páreo.
Tudo começou com a antiga parceria nos anos 70, quando a Hasbro vendeu os direitos de G.I Joe para a Takara, empresa do Japão que modernizou os bonequinhos. Em 1984, a Takara inventou uma série de bonecos malucos em formatos de objetos variados (uma câmera fotográfica, uma pistola, etc) que podiam transformar em robôs!!!! Essa série era chamada de MicroChange.
Essa ideia foi muito foda. Os japoneses criaram uma série de articulações e pontos retrateis que permitia que um objeto qualquer virasse um robô!!!! PQP, esses japoneses inventam cada coisa! No melhor espírito da Takara, os MicroChange eram robôs em miniatura que se infiltravam no nosso cotidiano, disfarçado de objetos do dia a dia.....
Tudo começou com a antiga parceria nos anos 70, quando a Hasbro vendeu os direitos de G.I Joe para a Takara, empresa do Japão que modernizou os bonequinhos. Em 1984, a Takara inventou uma série de bonecos malucos em formatos de objetos variados (uma câmera fotográfica, uma pistola, etc) que podiam transformar em robôs!!!! Essa série era chamada de MicroChange.
Essa ideia foi muito foda. Os japoneses criaram uma série de articulações e pontos retrateis que permitia que um objeto qualquer virasse um robô!!!! PQP, esses japoneses inventam cada coisa! No melhor espírito da Takara, os MicroChange eram robôs em miniatura que se infiltravam no nosso cotidiano, disfarçado de objetos do dia a dia.....
série "Micro Change" da Takara, ancestral do TRANSFORMERS |
A Hasbro logo tratou de comprar os direitos de MicroChange. Mas nos Estados Unidos, eles criaram uma nova série chamada de Transformers. Em 1984, a Hasbro lança uma série de robôs alienígenas que se travam uma guerra secreta na Terra, disfarçados de carros. Era incrível, todos os carros transformavam-se me robôs.
Brincar é uma categoria imaterial que não pode ser vista e nem tocada, atividade voluntária ligada ao prazer, ao riso e ao divertimento, com finalidade em si mesma, sem preocupação com os resultados e que se caracteriza no espaço e na duração. O brinquedo é o suporte físico da brincadeira. Com Transformers, a Hasbro conseguiu atingir a pedra de toque da confecção de brinquedos, chegando simplesmente perto da perfeição conceitual do que consiste em brincar. Porra, o que pode ser mais divertido do que brincar com carros que se transformam em robôs? Eu o desafio a encontrar um exemplo melhor!!!
Não tinha como dar errado. Seguindo o sucesso dos seus predecessores. A linha de bonecos também adentrou para outras mídias. Com o caminho das pedras aberto por Master of Universe, Transformers foi "transformado" (desculpe, meu vocabulário está fraco) em um estrondoso desenho animado que marcou toda uma geração, além de um longa-metragem em 1986 que tinha entre os seus dubladores Leonard Nemoy (sim, o Spock!!!) e uma saga desenvolvida para os Quadrinhos.
Veja, a história dos bonequinhos é muito legal. Você pode ficar horas lembrando dos momentos felizes da sua infância em que você brincou com um deles. Se você é um garoto que tinha essa idade nos anos 80, você com certeza participou de uma era de ouro dos bonecos... tudo caminhava como numa estrada de tijolos amarelos..até que em certo momento algo se desvirtuou...
A noção de figuras de ação, criada nos anos 60 para encorajar os meninos à brincarem com bonecos, em algum momento saiu dos eixos. Em algum momento, eu não sei bem, action figure deixou de ser simplesmente um brinquedo...e tornou-se uma espécie de arte....
Você consideraria as action figures uma parte da Quarta Arte ao lado de David, Pietà e Moisés de Michelângelo e a Venus de MIló...ou seria algo completamente novo? Uma arte nova, em miniatura...
PARTE II- ARTE EM MINIATURA
Action Figure foi um conceito criado nos anos 60 por executivos das empresas de bonecos para atrair o público infantil e aproveitar o mesmo nicho comercial aberto pelas bonecas Barbie. Inicialmente voltado para o público infantil e tendo como inspiração as temáticas militares dos bonequinhos de chumbo, as action figures logo transformaram a história do Universo. Mas passados mais de meio século, o conceito se esfacelou.
Em 1978 a Kenner aproveitou o sucesso imenso de Star Wars e criou uma série de bonequinhos inspiradas no primeiro filme e depois na trilogia. Essa foi a primeira vez na indústria de brinquedos que um boneco se aproveita de uma base de fãs de um filme ou uma série para criar uma linha de brinquedos, algo que é muito comum hoje em dia.
Star Wars começou essa tendência. Embora tenha sido criado para crianças, com certeza muitos adultos começaram a se interessar por isso. Logo, em algum momento, aquilo que foi criado para brincar, desvirtuou-se do seu caminho e se tornou um objeto de coleção. Hoje as action figures perderam aquilo que era a sua marca : a ação. Não se brinca mais com uma action figure, mas os coleciona.
No momento que as action figures perdem sua finalidade primeira que era o ato de brincar, algo se modifica. O que chamamos de action figures hoje em dia é apenas um nome residual daquele conceito que foi criado pela indústria de brinquedos dos anos 60.O que era um brinquedo, tornou-se uma peça de coleção, reside ai, na minha opinião, a grande transformação em curso nas últimas duas décadas.
As action figures atuais não se encontram numa simples linha de continuidade com a indústria de bonecos que surgiu nos anos 60, 70 e 80, antes elas criaram um nicho próprio. Se antes eles eram voltados para as crianças do sexo masculino aproveitando a esteira do sucesso comercial da Barbie,desde Star Wars a indústria das figuras de ação flerta com um público adulto e tem como referência não mais a ideia aventureira-militar, mas sua fonte ou matéria-prima é a cultura pop: personagens de filmes, cinema, séries, etc.
Tanto que hoje praticamente você não vai encontrar uma action figure numa loja tradicional de brinquedos.
E algumas das referências desses bonecos simplesmente não são para um público que tem 8 ou 9 anos no século XXI, são coisas bem mais antigas, que só quem tem mais de 30 anos consegue captar:
Em 1978 a Kenner aproveitou o sucesso imenso de Star Wars e criou uma série de bonequinhos inspiradas no primeiro filme e depois na trilogia. Essa foi a primeira vez na indústria de brinquedos que um boneco se aproveita de uma base de fãs de um filme ou uma série para criar uma linha de brinquedos, algo que é muito comum hoje em dia.
Star Wars começou essa tendência. Embora tenha sido criado para crianças, com certeza muitos adultos começaram a se interessar por isso. Logo, em algum momento, aquilo que foi criado para brincar, desvirtuou-se do seu caminho e se tornou um objeto de coleção. Hoje as action figures perderam aquilo que era a sua marca : a ação. Não se brinca mais com uma action figure, mas os coleciona.
No momento que as action figures perdem sua finalidade primeira que era o ato de brincar, algo se modifica. O que chamamos de action figures hoje em dia é apenas um nome residual daquele conceito que foi criado pela indústria de brinquedos dos anos 60.O que era um brinquedo, tornou-se uma peça de coleção, reside ai, na minha opinião, a grande transformação em curso nas últimas duas décadas.
As action figures atuais não se encontram numa simples linha de continuidade com a indústria de bonecos que surgiu nos anos 60, 70 e 80, antes elas criaram um nicho próprio. Se antes eles eram voltados para as crianças do sexo masculino aproveitando a esteira do sucesso comercial da Barbie,desde Star Wars a indústria das figuras de ação flerta com um público adulto e tem como referência não mais a ideia aventureira-militar, mas sua fonte ou matéria-prima é a cultura pop: personagens de filmes, cinema, séries, etc.
Tanto que hoje praticamente você não vai encontrar uma action figure numa loja tradicional de brinquedos.
E algumas das referências desses bonecos simplesmente não são para um público que tem 8 ou 9 anos no século XXI, são coisas bem mais antigas, que só quem tem mais de 30 anos consegue captar:
E você não pode reclamar das temáticas, existe bonequinhos para todos os gostos: filmes de terror, clássicos do cinema, anos 80, cheng&chong, ídolos esportivos, Star Wars, Star Trek, Marvel, Dc Comics, animes, personagem de games, séries de tv....
Knight who say ni - Monthy Python |
Não há limite para a inspiração.. Alguns são muito improváveis de cair no gosto de alguém, como por exemplo action figure de Sigmund Freud:
Porra, mas pegaram até o Jesus? Ai é foda, né?
Se for assim, prefiro esse aqui...vem com uma AK-47
Na outra ponta do iceberg estão os colecionadores. Por causa deles, essas peças se tornaram itens desejáveis, "colecionáveis", ou até objeto de culto, etc Pessoas no mundo inteiro se dedicam a garimpar essas miniaturas, ou simplesmente apreciam o valor artístico de cada peça. Mas independente de tudo, não deixa de ser um brinquedo....Porém, hoje em dia a coisa é levada muito a sério tanto pela Indústria, como pelos colecionadores ...
Na outra ponta do iceberg estão os colecionadores. Por causa deles, essas peças se tornaram itens desejáveis, "colecionáveis", ou até objeto de culto, etc Pessoas no mundo inteiro se dedicam a garimpar essas miniaturas, ou simplesmente apreciam o valor artístico de cada peça. Mas independente de tudo, não deixa de ser um brinquedo....Porém, hoje em dia a coisa é levada muito a sério tanto pela Indústria, como pelos colecionadores ...
Para quem gosta de personagens de filmes tem as Cult Classics da Neca e a série Movie Maniacs da Mcfarlane Toys, que deixam os colecionadores bem felizes, brindando o público com ótimos exemplares do Jason, Freddy Kruegger, Leatherface, Scarface, Hellraiser, O Corvo, Exterminador do Futuro, etc.
Você percebe que há esmero quando começa a prestar atenção nos detalhes....
Preste atenção, por exemplo, no David do filme Garotos Perdidos..veja os detalhes: tem até aquela garrafinha com sangue batizado..e a caixa de comida chinesa..(quem viu o filme sabe oque eu estou falando)? Não é legal?
Você percebe que há esmero quando começa a prestar atenção nos detalhes....
Preste atenção, por exemplo, no David do filme Garotos Perdidos..veja os detalhes: tem até aquela garrafinha com sangue batizado..e a caixa de comida chinesa..(quem viu o filme sabe oque eu estou falando)? Não é legal?
David - Lost Boys ( Cult Classic - Neca) |
Ou aquele chifrudo do filme A Lenda, não é igualzinho?
Lord of Darkness - Legend (Mcfarlane Toys, Movie Maniacs) |
Porém, especialmente os bonequinhos da Hot Toys costumam ter um nível bem acima da média, tendo um realismo e um estilo incríveis, são "bonequinhos de luxo", você nem acredita que já chegaram nesse ponto. Ao contrario de outros bonecos, os da Hot Toys não são meras trucagens ou efeitos de fotografia, são exatamente como você vê na foto, veja por você mesmo....
Acabamento superior, porém, preços também bem pesados, vale a pena?
Bonecos da "Hot Toys", perfeitos, mas para poucos.... |
Don Corleone - The Godfather - Hot Toys |
Nos Estados Unidos, há os "escalpers", espertalhões que esvaziam as prateleiras, para depois revendê-los a preços inflacionados pela Internet...No Brasil, por outro lado, a escassez de algumas peças deve-se ao rápido esgotamento de alguns lotes, que são avidamente consumidos por alguns aficcionados, e esse número não cessa de crescer.....
Mas para adentrar no fabuloso mundo dos bonequinhos é preciso entender o outro lado: de quem os coleciona. Basicamente há neste nicho, dois tipos de colecionadores: os "in-card collectors" e os "loose collectors". Como o nome sugere, os do primeiro tipo (e eu me incluo neste grupo, heheeh) preferem manter seus bonequinhos na cartela original, sem abrí-los. Alguns chegam mesmo a fazer questão de manter cartelas impecáveis, sem desgastes, dobras ou rasgos.
A vantagem deste tipo é que não existe desgaste dos produtos, as peças continuam embaladas, lacradas, intactas, e não perdem o valor de mercado. Por outro lado, você terá que barrar o seu ímpeto de querer mexer nos bonecos, pois colocados na caixa, você nunca vai poder mexer neles, tocá-los, saber como fica montado, etc.
Este tipo de colecionador nutrirá uma espécie de amor platônico pelo artefato, tirar o lacre da cartela seria o equivalente a arrancar o seu cabaçinho...(quando você ouvir algum desses justificando que não abre a cartela para "não perder o valor de mercado", esqueça: é mentira - não se trata disso e eu e você sabemos disso!!)
O segundo tipo de colecionador, os loose collectors, são aqueles que abrem todos os que compram, não dando importância as cartelas ou embalagens. Vai tocando o foda-se. Este tipo de colecionador desfrutará do prazer de ver sua coleção montada, devidamente posicionados numa prateleira (senão em aposentos inteiros!!!).
Porém, está tambem sujeito a desvantagens, pois terá que exercer uma manutenção constante de seus objetos. Além do inconveniente de sempre ter alguém (especialmente crianças, droga :P) que insiste em querer "ver com a mão" e acaba fatalmente avariar uma de suas peças...
Mas colocar essas peças, em estantes, e contemplá-las pode ter um gostinho especial para alguns, um prazer quase onanístico.
Há também aqueles casos híbridos, em que um colecionador é um pouco de cada um, prefere manter (segundo um critério próprio) alguns em suas caixas e outros fora. Este terá os benefícios e desvantagens de cada modalidade de colecionador.
Há ainda, aqueles que compram dois exemplares de cada figura, apenas para ter o gostinho de abrir, tocar, manusear, mas tendo a segurança de ter um outro guardado em caixas lacradas..
A idéia é clara: se você passou a infância curtindo esses desenhos, filmes, etc...Nada mais justo do que você comprar objetos colecionáveis que te reportem a uma memória afetiva daqueles tempos...
Ah....eu já tive delírios de gastar todo o meu salário com essas coisas, uma vitrine cheia deles, me faz ficar hipnotizado..por horas..
Por exemplo...se você comprar os 4 bonecos do primeiro HellRaiser..dependendo do modelo e do número de pontos de articulação...pode custar uma boa fatia do seu mísero salário..(mas diacho..tem até o barulho das correntes)
Ou quem sabe esse cara fodão também:
Conan War Paint, Neca |
Conan Pit Fighter, Neca |
Veja o site: http://www.necaonline.com/
O que me impressiona nesses bonecos de hoje em dia é a riqueza de detalhes..até a ruga do cara você vê..
Se bem que beleza não é o forte, de alguns dos "modelos" (que inspiram) esses toys...
A henrietta do filme Evil Dead 2 vem com a bunda toda apodrecida, cara é nojento!!!
E alguns realmente parecem ser "de verdade"....
E os acessórios não são panelinhas, roupinhas....são coisas legais, como a máscara-focinheira do Hannibal Lecter, ou o facão do Jason Voorhees...!!! Porra, é disso que eu tou falando..
Vai dizer que o bigode do Fred Mercury também não ficou igualzinho?
Outros não tão são realistas, mas são estilosos...
Alguns chegam até a emocionar..como o coronel John Matrix do "Comando para Matar" ....., perfect!!! (ainda mais sabendo que este ai embaixo foi "customizado", ou seja, não existe para vender!!!!! foi feito a partir de pedaços de outros bonecos, com a cabeça do boneco do Exterminador T-800...foda hein???)
E tem coisa mais nerd do que transformar os personagens do Star Wars, mas transportá-los para o Japão Feudal??????? - transformando Obi-Wan Kenobi num Xogum e Darth Vader num guerreiro samurai com armadura negra (ou qualquer coisa assim) Veja o resultado, legal né?
Chewbacca, Han Solo, Obi-Wan Kenobi, Princesa Leia, Luke Skywalker, C3PO e R2D2 |
Stormtrooper, Darth Vader e Boba Fett |
Entende o que eu digo?..."caia neste vórtice, e você nunca mais sairá....!!!!" Um belo dia, você vai acordar, e simplesmente desejar que por algum encantamento feérico, esses bonecos fossem de verdade, ganhassem vida própria...
___________________________________________
PARTE III - A DIFÍCIL VIDA DE UM ADULTO QUE GOSTA DE BONEQUINHOS...
E O QUE TUDO ISSO TEM HAVER???? Desculpe, quando eu começei a escrever este post era para falar de uma loja de brinquedos que eu vi em Paris, mas virou outra coisa...
Lá estava eu bem tranquilo andando entre o Quartier Latin e Saint Germain..bairro universitário..onde está a Sorbonne..feliz da vida por ter gastado meus 90 euros com livros de Deleuze e Agamben..quando finalmente me deparei com isto: (sabe aquele sentimento de que você empregou mal o seu dinheiro..que deveria ter esperado e andado um pouco mais...pois entao)
Fica pra próxima....
___________________________________
*** (Atualizado):
Depois de escrever este post, recebi esse presentinho, um Box Set do filme O Exorcista, de minhas amigas Ana e Tetê, que em sua recente viagem à Paris, passaram pela mesma loja que eu havia descrito para elas no Boulevard St Germain, e compraram este mimo para mim..guardo-o com muito carinho na cabeçeira da minha cama, ao lado de outros que adquiri recentemente...,
2 comentários:
Espero não ter dinheiro quando passar por essa loja... é difícil não ir à falência!! Fui em várias lojas assim em Buenos Aires, é de ficar louco.
POST SENSACIONAL !
Postar um comentário
Gostou deste post? Quer falar também sobre suas impressões de viagens? Quer acrescentar detalhes que você conhece sobre o assunto? etc...
Use este espaço, é livre. Deixe seus comentários, críticas e sugestões, etc. Ajude-nos a melhorar cada vez mais...